sexta-feira, 10 de agosto de 2012

PORTA DE SÃO TOMÉ - VÍDEO

Eis mais uma etapa da produção da porta de igreja de São Tomé, em Bonsucesso.
Sobre a madeira peroba rosa fizemos os desenhos (veja a postagem do dia 30/03/2012) em baixo relevo com a topia.
Veja o resultado no vídeo abaixo:

quinta-feira, 19 de julho de 2012

PORTA DE SÃO TOMÉ - XILOGRAVURAS

No processo de montagem da porta da Igreja de São Tomé, vamos produzir xilogravuras feitas dos desenhos esculpidos na madeira (peroba rosa) em cada almofada do conjunto de 8 partes que compõem a porta.
Vejam algumas fotos dessa produção e seu resultado magnífico.









terça-feira, 17 de julho de 2012

PORTA DE SÃO TOMÉ - PROCESSO DE EXECUÇÃO

Atelier Hagia Sophia: Porta de São Tomé - processo: Uma obra de arte visual, bem como de arte sacra tem um processo que eu gosto de apresentá-lo sempre que possível. Nesse caso, trago-lhes mais uma etapa da produção da porta. Nessa etapa esculpimos com a topia os desenhos das 8 almofadas que compõem a porta.
Eis algumas fotos:




segunda-feira, 2 de julho de 2012

IGREJA DE SÃO TOMÉ - EVOLUÇÃO DOS TRABALHOS

Caros, Paz e Bem!

Estive na São Tomé e lhes apresento a evolução dos nossos trabalhos.


outubro 2010 - início do projeto do Atelier Hagia Sophia
artista visual - Francisco Miranda


abril 2011 - nove primeiros vitrais em tons de azul


maio 2011 - teto com gesso acartonado em bandejas


outubro 2011 - piso de granito com desenhos do atelier


 novembro 2011 - piso do presbitério


abril 2012 - altar central


maio e junho 2012 - iluminação da igreja


maio e junho 2012 - iluminação da igreja


1 a 3 de julho - Festa de São Tomé


1 a 3 de julho - Festa de São Tomé


1 a 3 de julho - Festa de São Tomé


1 a 3 de julho - Festa de São Tomé

PORTA DA IGREJ DE SÃO PEDRO - ENCANTADO - FINAL

A Porta que realizamos para a Igreja de São Pedro, no Encantado, recebeu novos acabamentos, como o portal de pedra e a finalização das pedras de granito vermelho nas escadas de acesso.



Vejam algumas novas fotos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

PORTA DA IGREJA DE SÃO PEDRO - VÍDEO


Eis um vídeo com as fases da execução da porta de madeira da igreja de São Pedro no bairro do Encantado, no Rio de Janeiro.

PORTA DA IGREJA DE SÃO PEDRO - SIGNIFICADO



A matéria

O madeira usada na confecção da porta é oriunda da demolição da fábrica de ladrilhos hidráulicos FRPINTO, que existia em Bonsucesso e fora fundada e pelo sr. Francisco Pinto. Esta fábrica é a origem de muitos pisos de ladrilhos hidráulicos que existem ainda hoje em algumas igrejas do Rio de Janeiro. Francisco Pinto era um benfeitor conhecido no seu bairro, e a doação desta madeira de quase cem anos não deixa de ser uma homenagem a ele e a seu trabalho. Sua fábrica ainda consegue dar finalidade diferente à sua obra.

A madeira é peroba do campo e peroba rosa, madeira de lei com alto valor no mercado atual, porque sua extração é controlada. Este trabalho é a forma correta de reaproveitar um lenho cuja função fora outra e que agora serve de matéria para uma obra de arte.

 

A Porta Santa

“No último ano Santo da Redenção, comemorando celebrando a abertura dos 2000 mil anos do cristianismo, o Beato Papa João Paulo II fez a tradicional cerimônia de abetrua da Porta Santa, que se localiza na entrada central da Basílica de São Pedro, em Roma. Uma Porta Santa é uma porta aberta pelo Papa para marcar simbolicamente o início de um Ano Santo. Cada uma das basílicas maiores de Roma tem a sua Porta Santa, que é fechada e murada fora deste período especial. A tradição remonta a 1423, ano em que o Papa Martinho Vabriu, pela primeira vez na história, um ano jubilaratravés de uma Porta Santa na Basílica de São João de Latrão. A abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro remonta ao Natal de 1499. Nessa ocasião o Papa Alexandre VI quis que as Portas Santas fossem abertas não apenas em São João de Latrão mas também nas outras basílicas maiores, a de São Pedro, a de Santa Maria Maior e a de São Paulo Extramuros. Até ao Jubileu do ano 2000 era costume que o Papa abrisse a Porta Santa da Basílica de São Pedro, delegando depois esse poder a um cardeal para a abertura das portas das três outras basílicas. O Papa João Paulo IIrompeu esta tradição fazendo ele mesmo a abertura e o fecho de todas as quatro Portas Santas de Roma: a da Basílica de São Pedro foi a primeira a ser aberta e a última a ser fechada”. (Esta parte do texto foi retirada da Wikipedia)

 

A igreja do Encantado dedicada a São Pedro tem agora sua Porta Santa, sinal da fraternidade eclesial da qual participa, porque é coirmã da primaz basílica de quem recebe o mesmo nome, Basílica de São Pedro, e, quem sabe um dia se torne tal qual a igreja de Roma uma basílica, em porte, importância e referência.

 

Teologia e símbolo

Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mt 16,19)

A porta é lugar de acesso na arquitetura, por ela entramos e saímos dum ambiente. Na arquitetura sacra e litúrgica é símbolo do lugar de entrada no Reino ou passagem entre o sagrado e o profano. Por meio duma porta de igreja saímos do mundo profano e entramos num lugar sagrado. No seu contrário, de algum modo mais profundo, nossa saída da igreja para o mundo do dia a dia é a condução da nossa sacralidade, participação na vida divina que nos vem pelo Espirito, ao mundo, para tocá-lo com a mesma graça divina com que fomos abençoados.

Na porta estão as chaves que trancam ou abrem a nossa vida à graça da salvação. Pedro recebeu as chaves da Igreja e com ela perpetua a obra da salvação abrindo a todos os povos a realidade da vida divina que nos vem pelo Batismo. No brasão do Vaticano estão duas chaves cruzadas que simbolizam esta dupla abertura e fechamento, cujo poder foi dado a Pedro e que a Igreja dá continuidade ao exercício deste poder, que não é outra coisa que serviço.


Inspirado no desenho do brasão, elaborei duas chaves estilizadas cujas linhas começam e não terminam, dando origem ao desenho duma chave que nos lembra nossa realidade temporal: começamos no tempo e terminamos na eternidade. Cada pessoa é eviterna, nasce e não morre mais. É o “éon” dos gregos ou “ævo” dos latinos, evitenidade, tempo filosófico que representa e se aplica à nossa natureza humana. A chave de Pedro nos abre a eternidade do Reino dos céus.


Quando juntamos as duas partes da porta, formamos o conjunto do desenho, cuja parte central é uma cruz patriarcal com três braços, evocando a cruz papal e a dos patriarcas de Constantinopla e de outros patriarcados. A cruz é a chave de entrada no Reino de Deus. A cruz nos abre as portas da eternidade.



Francisco Miranda
Atelier Hagia Sophia

terça-feira, 17 de abril de 2012

ALTAR DE SÃO TOMÉ - MONTAGEM

SIGNIFICADO DO ALTAR DA IGREJA DE SÃO TOMÉ


O altar é mensa domini (mesa do Senhor). Assim eram chamados todos os altares dedicados. É a mesa da Ceia do Senhor, lugar onde repetimos o memorial celebrativo da Última Ceia, e o fazemos em memória d’Ele.


A matéria
O altar é todo feito de pedra, figura da rocha do Gólgota onde foi crucificado o Senhor.
E levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que, traduzido, quer dizer o lugar da caveira.” Mc 15,22


Parte superior
A parte superior da mesa do altar é feito de pedra, e isto é símbolo do lugar onde depositaram o corpo do Senhor antes de sepultá-lo.
“E o pôs em seu túmulo novo que talhara na rocha. E em seguida rolando uma grande pedra para a entrada no túmulo, retirou-se” Mt 27, 60
O altar é também a figura do sepulcro aberto, sinal da ressurreição do Senhor, lugar permanente da celebração da Páscoa que é cada eucaristia que celebramos.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro, e vê que a pedra fora retirada do sepulcro.” Jo 20, 1
Base – os pés do altar
A base do altar formada por seus pés de pedra maciça tem 5 arcos plenos desenhados em cada círculo visível.
O primeiro arco pleno é completo, e representa uma abóbada invertida. Nas antigas igrejas, as cúpulas sempre tiveram esse formato de abóbada para simbolizarem o céu. Muitas delas eram pintadas de azul, e quando erguemos nossos olhos, podemos contemplar o céu que nos protege.
No altar, o arco invertido, símbolo dessa abóbada celeste, nos fala da teologia da quénosis (esvaziamento) do Filho de Deus.
“Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” Fil 2,6-8

Doutra parte, o arco invertido nos fala do céu que nos toca quando da encarnação do Verbo de Deus. A Palavra divina manifesta sua força na humanidade assumida pelo Filho como sua natureza.
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade.” Jo 1,14
Deus vem ao encontro do homem na descida do Filho, para que este mesmo homem volte com o Filho ressuscitado ao ceú, lugar de convívio e permanência em Deus, por meio do Filho que ascende. É duplo o movimento divino, descida e ascensão. Este duplo movimento é modelo da nossa mais profunda espiritualidade, devemos descer e subir com o Filho.


Podemos ver outros quatro arcos plenos cortados em 1/3 de sua parte, portanto um arco cuja plenitude foi retirada. Ele nasce do chão, ou seja faceia sua base com a terra. Representa, assim os quatro cantos do mundo, donde cada homem nascido do pó ergue seu louvor do nascer ao por do sol.
“Do nascer do sol até o seu poente, louvado seja o nome do Senhor.” Sl 112, 3
A eucaristia é celebrada a todo momento no mundo, e em cada um dos quatro arcos nossa ação de graças (eucaristia) está simbolizada.
“E, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim.’” 1 Cor, 11,24
Monumento memorial
Por fim, o altar é memorial da Paixão, morte e ressurreição. Memorial enquanto monumento de beleza simples e mínima, cuja razão findamental é ser o lugar central da nave da igreja. Para lá todos os olhos se voltam e contemplam a beleza de um amor cuja plena manifestação é estar conoSco até o fim.
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” Jo


A pedra da qual foram feitas todas as partes do altar se chama Preto São Gabriel, pedra de oriegm brasileira cujas jazidas se encontram em Minas Gerais. Até o tipo de pedra nos evoca a Encaranção do Verbo de Deus.
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré”. Lc, 1,26


sábado, 7 de abril de 2012

ALTAR DE SÃO TOMÉ

O altar de uma igreja é o seu centro e é para onde convergem todos os movimentos litúrgicos e sacros que acontecem nesta estrutura arquitetônica. Por que é o centro, os modelos das igrejas devem derivar dessa concepção. A nave, o presbitério, o ambão, a cátedra e todos os outros elementos estão relacionados com o altar.

O altar é o lugar do sacrifício. A imolação do Cordeiro aconteceu sobre a rocha do Gólgota. Numa rocha foi posto se corpo, e uma rocha foi arrastada quando da sua ressurreição.

O altar é a mesa da Ceia do Cordeiro que vai ser imolado. Ele é a palavra que fala e a própria palavra de quem se fala. É o falante e o falado. Sobre a mesa o memorial da ceia é repetido, celebração real e contemporânea da Páscoa do Cordeiro.

Sua imolação na cruz é caminho para a ceia que repetimos todos os dias nos altares que construímos.

No altar da igreja de são Tomé que hoje lhes proponho, seu projeto e execução (e em breve as fotos da montagem na própria igreja), estão vários desses conceitos preciosos à teologia e à liturgia.

O material do altar é rocha. Sua forma de mesa é para que fique explícito que é um lugar de refeição.
Suas formas minimalistas cortadas pela textura do entalhe nas curvas da base são símbolos de descida (kénosis) e subida (hupelaben) do céu para a terra e vice e versa.

O altar é o lugar onde o céu nos toca, donde que tocados somos elevados à condição divina. Nesse duplo movimento de descida e subida consiste a experiência espiritual de todos os tempos. O Pai vem ao nosso encontro por meio de seu Filho, para que seu Espírito nos leve de volta à sua companhia divina.

Nos altares de cada igreja celebramos o memorial da morte vencida pela vida.

sexta-feira, 30 de março de 2012

PORTA DE SÃO TOMÉ

Apresento os primeiros desenhos da Porta da Igreja dedicada a São Tomé, que serão entalhados na madeira das almofadas. A técnica usa a topia para realizar os entalhes na madeira. Depois será possível fazer enormes xilogravuras do material.

A madeira usada para a execução da porta é peroba do campo e peroba rosa, ambas retiradas das sobras de lenho da demolição da antiga fábrica de ladrilhos hidráullicos, que havia no local onde hoje está erguida a igreja.


Os desenhos seguem a temática bíblica de representar o primeiro e o segundo testamento por meio das figuras símbolos da Lei, da Profecia, da Sabedoria, dos Salmos e dos Evangelhos. No topo da porta está a cena em que Tomé encontra Jesus ressucitado e crê.