O altar é o lugar do sacrifício. A imolação do Cordeiro aconteceu sobre a rocha do Gólgota. Numa rocha foi posto se corpo, e uma rocha foi arrastada quando da sua ressurreição.
O altar é a mesa da Ceia do Cordeiro que vai ser imolado. Ele é a palavra que fala e a própria palavra de quem se fala. É o falante e o falado. Sobre a mesa o memorial da ceia é repetido, celebração real e contemporânea da Páscoa do Cordeiro.
Sua imolação na cruz é caminho para a ceia que repetimos todos os dias nos altares que construímos.
No altar da igreja de são Tomé que hoje lhes proponho, seu projeto e execução (e em breve as fotos da montagem na própria igreja), estão vários desses conceitos preciosos à teologia e à liturgia.
O material do altar é rocha. Sua forma de mesa é para que fique explícito que é um lugar de refeição.
Suas formas minimalistas cortadas pela textura do entalhe nas curvas da base são símbolos de descida (kénosis) e subida (hupelaben) do céu para a terra e vice e versa.
O altar é o lugar onde o céu nos toca, donde que tocados somos elevados à condição divina. Nesse duplo movimento de descida e subida consiste a experiência espiritual de todos os tempos. O Pai vem ao nosso encontro por meio de seu Filho, para que seu Espírito nos leve de volta à sua companhia divina.
Nos altares de cada igreja celebramos o memorial da morte vencida pela vida.
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