quinta-feira, 19 de abril de 2012

ALTAR DE SÃO TOMÉ - NOVAS FOTOS






terça-feira, 17 de abril de 2012

ALTAR DE SÃO TOMÉ - MONTAGEM

SIGNIFICADO DO ALTAR DA IGREJA DE SÃO TOMÉ


O altar é mensa domini (mesa do Senhor). Assim eram chamados todos os altares dedicados. É a mesa da Ceia do Senhor, lugar onde repetimos o memorial celebrativo da Última Ceia, e o fazemos em memória d’Ele.


A matéria
O altar é todo feito de pedra, figura da rocha do Gólgota onde foi crucificado o Senhor.
E levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota, que, traduzido, quer dizer o lugar da caveira.” Mc 15,22


Parte superior
A parte superior da mesa do altar é feito de pedra, e isto é símbolo do lugar onde depositaram o corpo do Senhor antes de sepultá-lo.
“E o pôs em seu túmulo novo que talhara na rocha. E em seguida rolando uma grande pedra para a entrada no túmulo, retirou-se” Mt 27, 60
O altar é também a figura do sepulcro aberto, sinal da ressurreição do Senhor, lugar permanente da celebração da Páscoa que é cada eucaristia que celebramos.
No primeiro dia da semana, Maria Madalena vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro, e vê que a pedra fora retirada do sepulcro.” Jo 20, 1
Base – os pés do altar
A base do altar formada por seus pés de pedra maciça tem 5 arcos plenos desenhados em cada círculo visível.
O primeiro arco pleno é completo, e representa uma abóbada invertida. Nas antigas igrejas, as cúpulas sempre tiveram esse formato de abóbada para simbolizarem o céu. Muitas delas eram pintadas de azul, e quando erguemos nossos olhos, podemos contemplar o céu que nos protege.
No altar, o arco invertido, símbolo dessa abóbada celeste, nos fala da teologia da quénosis (esvaziamento) do Filho de Deus.
“Ele tinha a condição divina, e não considerou o ser igual a Deus como algo a que se apegar ciosamente. Mas esvaziou-se a si mesmo, e assumiu a condição de servo, tomando a semelhança humana. E, achado em figura de homem, humilhou-se e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” Fil 2,6-8

Doutra parte, o arco invertido nos fala do céu que nos toca quando da encarnação do Verbo de Deus. A Palavra divina manifesta sua força na humanidade assumida pelo Filho como sua natureza.
“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade.” Jo 1,14
Deus vem ao encontro do homem na descida do Filho, para que este mesmo homem volte com o Filho ressuscitado ao ceú, lugar de convívio e permanência em Deus, por meio do Filho que ascende. É duplo o movimento divino, descida e ascensão. Este duplo movimento é modelo da nossa mais profunda espiritualidade, devemos descer e subir com o Filho.


Podemos ver outros quatro arcos plenos cortados em 1/3 de sua parte, portanto um arco cuja plenitude foi retirada. Ele nasce do chão, ou seja faceia sua base com a terra. Representa, assim os quatro cantos do mundo, donde cada homem nascido do pó ergue seu louvor do nascer ao por do sol.
“Do nascer do sol até o seu poente, louvado seja o nome do Senhor.” Sl 112, 3
A eucaristia é celebrada a todo momento no mundo, e em cada um dos quatro arcos nossa ação de graças (eucaristia) está simbolizada.
“E, depois de dar graças, partiu-o e disse: ‘Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim.’” 1 Cor, 11,24
Monumento memorial
Por fim, o altar é memorial da Paixão, morte e ressurreição. Memorial enquanto monumento de beleza simples e mínima, cuja razão findamental é ser o lugar central da nave da igreja. Para lá todos os olhos se voltam e contemplam a beleza de um amor cuja plena manifestação é estar conoSco até o fim.
“Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” Jo


A pedra da qual foram feitas todas as partes do altar se chama Preto São Gabriel, pedra de oriegm brasileira cujas jazidas se encontram em Minas Gerais. Até o tipo de pedra nos evoca a Encaranção do Verbo de Deus.
“No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré”. Lc, 1,26


sábado, 7 de abril de 2012

ALTAR DE SÃO TOMÉ

O altar de uma igreja é o seu centro e é para onde convergem todos os movimentos litúrgicos e sacros que acontecem nesta estrutura arquitetônica. Por que é o centro, os modelos das igrejas devem derivar dessa concepção. A nave, o presbitério, o ambão, a cátedra e todos os outros elementos estão relacionados com o altar.

O altar é o lugar do sacrifício. A imolação do Cordeiro aconteceu sobre a rocha do Gólgota. Numa rocha foi posto se corpo, e uma rocha foi arrastada quando da sua ressurreição.

O altar é a mesa da Ceia do Cordeiro que vai ser imolado. Ele é a palavra que fala e a própria palavra de quem se fala. É o falante e o falado. Sobre a mesa o memorial da ceia é repetido, celebração real e contemporânea da Páscoa do Cordeiro.

Sua imolação na cruz é caminho para a ceia que repetimos todos os dias nos altares que construímos.

No altar da igreja de são Tomé que hoje lhes proponho, seu projeto e execução (e em breve as fotos da montagem na própria igreja), estão vários desses conceitos preciosos à teologia e à liturgia.

O material do altar é rocha. Sua forma de mesa é para que fique explícito que é um lugar de refeição.
Suas formas minimalistas cortadas pela textura do entalhe nas curvas da base são símbolos de descida (kénosis) e subida (hupelaben) do céu para a terra e vice e versa.

O altar é o lugar onde o céu nos toca, donde que tocados somos elevados à condição divina. Nesse duplo movimento de descida e subida consiste a experiência espiritual de todos os tempos. O Pai vem ao nosso encontro por meio de seu Filho, para que seu Espírito nos leve de volta à sua companhia divina.

Nos altares de cada igreja celebramos o memorial da morte vencida pela vida.