sexta-feira, 6 de maio de 2011

A BELEZA É O ESPLENDOR DA VERDADE!

A Beleza e o belo são manifestações esplendorosas da verdade. Ver e contemplar o que é belo nos conduz ao verdadeiro, ao belo e ao bom. A verdade se manifesta no bem e na beleza. A arte busca o bem, e a verdade de suas manifestações nos comovem.

Na arte litúrgica, na arte sacra, bem como na religiosa, buscamos expressar por símbolos, metasimbolismos que nos abrem a um outro mundo para além da nossa compreensão cotidiana. É a vontade de abrir uma janela que nos conduza à eternidade, ainda que estejamos vivendo na eviternidade.

Se de um lado nos fatigamos diariamente com o trabalho e a dor de sua difícil realidade imanente, a arte, também fruto desse esforço, tenta nos descansar de sua fadiga. Quantas vezes dispomos da beleza da cor e suas matizes, do desenho e de suas linhas e traços, da música e seus tons e timbres, da escultura e sua chance de tocar em formas novas? Em todos esses momentos nos sentimos aliviados. Somos conduzidos, de algum modo, depois da sedução que a beleza nos provoca à tranquilidade contemplativa da própria beleza.

A arte que me propus fazer faz algum tempo tem estes sentidos. Beleza, Bem e Verdade.
Ela é cristã. É eminentemente litúrgica quando aplicada ao ato celebrativo, e por isso obedece às normas advindas do culto, mas é também sacra, porque atingida pela sacralidade daquele que faz santo e sagrado tudo o que toca.

Quero dizer que a poética intrínseca à arte cristã tem a ver diretamente com o fato da Revelação, que é a 'Incarnatio Verbum Dei'. Os traços que determinam as opções estéticas da arte cristã começam pelo fato novo, Deus se fez carne e habitou entre nós. A inabitação divina conduz a matéria da criação a um novo patamar. O Todo Santo toca a imanência da matéria, e as coisas que lhe são externas passam a ser suas de um jeito novo.

Toda a Criação é de uma beleza única. Ela, por si só, bastaria para ser fonte da inspiração artística mais profunda. Não é a à toa que a arte é também uma expressão do conhecimento análogo. Tem como princípio o que existe nas coisas, usa as coisas como matéria prima e se reinventa na ideia que o artista quer representar.

Mas a Criação Redimida pelo Filho, Verbo de Deus, possui novas formas e cores. Torna-se nova fonte de inspiração artística, e assume seu papel mediador por excelência, qual seja, analogia do novo céu e da nova terra. A arte cristã pretende ser, então, um caminho fundamentado naquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida.

Faço arte cristã pensando em tudo isso. Não poderia ser diferente.

Mir

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